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NÃO TEMOS QUE REZAR PELA MESMA CARTILHA

Quadro de Hend Al Mansour





Não há nada escrito.
Não. Não há.
Não temos que ser todos
altos ou belos ou magros
ou heterosexuais.
Não temos que ter
a mesma religião
ou ser brancos.
Não temos que gostar
da mesmas coisas
tampouco rezar pela mesma
cartilha.
Não temos também que dançar
de acordo com a música.
Não. Não temos.
Não temos que ser perfeitos,
de olhos azuis, ricos,
ou sei lá o quê.
Temos apenas que ser gente.
(Dura missão ser gente,
dura missão respeitar
o outro diferente de mim
porque a diferença
assombra os despreparados).
Não há nada escrito
que diga que temos
que ser todos iguais.




Karla Bardanza

Ontem vivemos uma situação triste - tanto eu quanto o meu amigo, o meu querido amigo que sem voz, preferiu apenas sorrir diante da violência que sofremos (porque não quero chamar de discriminação). Ele, diplomaticamente permaneceu calado, contrariando tudo ou talvez, todos. Eu me calei também. Não por diplomacia ou educação mas por circuntâncias outras.Obrigado a meu outro amigo que quando viu o que estava acontecendo, veio prontamente nos defender. Às vezes, me pergunto quando estaremos preparados para aceitar o outro e quando recuperaremos a nossa humanidade perdida. Enquanto isto não ocorre, seremos sempre vítimas de nossa cegueira e ignorância. A vida, caros amigos, é muito mais do que nos disseram que era. A vida é, acima de tudo, respeito pelo próximo. Não sei se sonho com o mundo melhor. Mas, sinceramente, espero que a geração de minha filha e outras que virão ainda estejam mais preparadas para aceitar e entender que é o outro que nos dá a dimensão exata do que somos. Não respeitar o outro significa que não me respeito também, à medida que deixo de exercer dignamente o meu direito de ser um ser humano.





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