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PERSONA NON GRATA

 Quadro de Ewelina Ladzinska


Algumas coisas acontecem dentro da gente sem permissão. Há um estranhamento, uma dúvida, uma busca sem asas. Estou esquisita comigo mesma. Ando ruminando, pensando com dor, com vontades que não devo ter. Fico me culpando, arranhado as paredes da alma com as unhas sujas de saudade.

Nada muda. Nada cai do céu. O que tem que ser sempre é. Às vezes, penso que eu poderia ser livre e perdoar. Mas, não consigo nem perdoar a mim mesma. Talvez, seja mais fácil ficar angustiada do que deixar a dor sai de dentro de mim. Aqui dentro ela é quase um troféu, uma coisa da qual preciso para lembrar de que já fui feliz.

Vivo agora de agonias, de movimentos que não me trazem para fora do próprio caos que sou. Estou envelhecendo e tendo mais medo, ficando sempre à margem da loucura, da ousadia, do que já fui e esqueci de ser.

É carnaval. cheguei a tempo de tirar a máscara. Essa persona non grata está me esmagando com essa tristeza e falta de perspectiva. Como posso pensar em morte se nem sei se estou viva? Como posso virar tudo pelo avesso e voltar ao começo quando nem sei se estou no fim/

Ai!Que os Deuses me livrem de mim.





Karla Bardanza






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