Amy Judd
O que ficou
e já não tenho
é o prazer da ferida,
é o espaço calmo e lento
que morre dia sim e não
na boca do vento
A cabeça sonolenta
no sofá vazio,
o inverno macio e devorador,
a coisa estranha
que pronuncio baixo
quando a raiva
é quase amor
Passos da sala
para o quarto,
fatos e palavras
no linho da noite,
esconderijo do corpo,
do fogo, das pernas
ainda abertas e sedentas.
E isso não é apenas sentido ou
desassossego
E isso é aquilo que não mais choro,
que nem mais sei se sabia
porque isso é apenas medo
Karla Bardanza
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