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COM AS HORAS CONTADAS



Ela gosta de coisas simples.
Gosta de poucas palavras
e da nudez do agora.

Sofre por uma ausência
que se explica.
Sofre sem antecipação
toda vez que
aquele buraco que carrega
do lado esquerdo
fica maior do que a maior
imensidão

Perdida na essência escura
que abraça a sua dúvida,
procura aqui e ali
uma alegria qualquer,
um esquecimento rápido,
um antídoto contra
o silêncio longo.

Ela nunca sabe
quando vai chegar.
Ela nunca sabe se vai
chegar.
Ela sabe mesmo é
partir.
E sempre sai apenas
com a roupa do corpo,
com um punhado de nada
nas mãos fechadas
e sem olhar para trás.

Entende mais de guerra
do que de paz.
Entende mais do sol
do que de si.
Quando ela olha,
ela olha até o fundo.

E mesmo quando não olha,
ela consegue ver tudo.
Ela é uma pequena flor,
uma florzinha tão rara,
dessas que têm as pétalas
leves e claras, dessas que morrem
rapidamente no primeiro vento.

Não sei de quanto tempo
ela ainda precisa
para transformar
a sua geometria delicada.
Não sei quanto tempo
ainda resta para
que ela
voe com as
nuvens.






Karla Bardanza








Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-

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