Quadro de Veronique La Perriere
Todo dia
ela tenta parar de tentar ser
a irmã mais velha da Barbie.
(Mas não consegue)
Devora revistas,
anota dietas,
vai mil vezes à academia
e volta para casa
alguns quilos mais magra
e sem nehuma poesia.
Quando se olha
no espelho quebrado
do banheiro,
vê apenas as unhas roídas,
a pele seca,
os seios mortos,
a flacidez da solidão.
A tirania da beleza
é o saldo diário
da busca pela eterna perfeição.
Ela corre,
corre
e não sai do lugar.
Ela morre,
morre
de tanto suar.
Ajeita os cabelos,
faz a pose certa,
busca o macho alfa,
o príncipe encantado.
o príncipe encantado.
(Mas não o acha)
Quando relaxa,
encontra pouco nos
seus olhos do que
já foi no passado.
já foi no passado.
E agora
que é uma outra versão
moderna de si mesma,
não passa de um erro
danado.
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário