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PECADO



Todo pecado que é gostoso e bem original,

Está dentro das paredes alegres e surdas

Onde tudo sempre é mais do que visceral

E as palavras são tenras, ternas e absurdas.



Os olhos nunca estão cegos ou disfarçados

E as mãos acham oceanos tensos e caminhos

Por curvas amantes e prazeres mais delicados

Onde nem as rosas reclamam dos espinhos.



Todo pecado bom é grandioso e singular

Quando é quase sagrado e todo profano

Nas esquinas do dia, nos cabelos do luar

Na cama do coração vestido de cigano.



Quem nunca pecou, levante já a tola mão,

Acuse-se, atire mesmo a estúpida pedra agora.

Quanto a mim quero o desvario nessa dimensão

Que nunca termina, cala ou sacrifica a doce hora.



Karla Bardanza







Um comentário:

Runa disse...

Belo poema, amiga. É um pecado não o ler...

Beijos

Runa