Quadro de Luis de la Fuente
Minha boca conhece o teu absoluto.
Sinta-me.
Mãos molhadas no além,
tudo antes,
tudo agora-e-depois também.
As minhas mãos te conhecem,
teu sofrimento me completa
e alucina,
diluo-te.
Água, leite e mel.
Céu enlouquecido.
Estamos quase lá
na fronteira da agonia,
poesia dos sentidos.
O meu corpo te conhece,
a minha dança nos teus olhos,
eu - o sangue dentro de ti
quando estás dentro de mim,
o prazer dissolvendo o mundo:
nós, apenas nós.
Tua voz lambendo os meus ouvidos.
A minha alma te conhece,
teu infinito quer a minha eternidade,
o teu grito precisa da minha maldade,
somos algo inominável,
somos o desejo, a volúpia,
o gozo do gozo.
E você me (des)conhece
de novo
e
de novo
e
de novo.
Karla Bardanza
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